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Na CMA, projeto que dá licença ambiental automática causa apreensão

22/08/2019
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Debatedores convidados nesta quinta-feira (22) à Comissão de Meio Ambiente (CMA) para opinar sobre o projeto de conceder licenças ambientais automaticamente, após o decurso do prazo para análise de um empreendimento pelos órgãos responsáveis (PLP 71/2019), consideraram a ideia temerária.

A proposta é de autoria do senador Márcio Bittar (MDB-AC), que considera a burocracia e o conjunto de leis ambientais entraves inflexíveis ao desenvolvimento. No entanto, parecer do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pela rejeição da matéria foi acatado na CMA em maio. Um recurso apresentado pelo próprio Bittar levou o texto a ser analisado, então, pelo Plenário. Lá, a proposta recebeu emenda substitutiva da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sugerindo que esse licenciamento tácito somente poderá ser dado para empreendimentos de pequeno porte e baixo potencial poluidor.

Por conta da emenda, o texto retornou para análise na CMA e, em seguida, será avaliado pela Comissão de Infraestrutura (CI), atendendo a requerimento do senador Eduardo Braga (MDB-MA). E foi o senador Jaques Wagner (PT-BA) quem pediu a audiência pública desta quinta-feira.

Durante o debate, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin ponderou que a concessão de licenciamentos ambientais precisa fazer distinções entre projetos simples e complexos. Ele disse que a preocupação do senador Márcio Bittar é legítima. Mas discordou da justificativa dele de dizer que a única consequência do descumprimento dos prazos é a chance de se buscar essa permissão junto a órgãos ambientais de outros estados.

— Me atrevo a dizer que esse texto é um “Papai Noel” para os burocratas públicos corruptos que existem no nosso país. A punição não é para o agente, mas, neste caso, é para a sociedade — afirmou Benjamin.

A urbanista e advogada Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo observou que licenças tácitas por decurso de prazo colocam interesses individuais acima dos interesses da comunidade. Para ela, a falta de uma lei federal de licenciamento, a deficiência das equipes ambientais e falhas nos estudos técnicos são os fatores que atrasam as autorizações. Cerca de 90% dessas concessões são dadas pelos estados. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emite somente cerca de 600 licenças por ano, quando a demanda é bem maior, disse ela.

— Mesmo reconhecendo o problema, minha sugestão é que isso seja resolvido no processo da Lei Geral de Licenciamento e chamar atenção para o fato de quem nem tudo se resolve por lei. Na minha opinião, são as equipes que devem ser estruturadas e os processos para os pequenos empreendimentos, simplificados — avaliou.

Opiniões

O senador Jaques Wagner comentou que, assim como um governador pode decidir, por questões ideológicas, não liberar um empreendimento, outros poderão desmontar os órgãos ambientais, para que a concessão seja dada automaticamente no fim do prazo. Para o parlamentar, é preciso equilíbrio, a fim de evitar os dois extremos.

— Se o texto fosse aprovado, governadores sem consciência ecológica poderiam simplesmente drenar o órgão de licenciamento, e todas as licenças seriam aprovadas automaticamente. É preciso caminhos mais inteligentes para resolver um problema que angustia todo mundo, inclusive, os governadores —ponderou o senador pela Bahia.

O advogado André Lima também considera que o PLP 71/2019 apresenta problemas. Ele questionou quais seriam as medidas mitigadoras, preventivas e compensatórias ao meio ambiente adotadas após a possível aprovação do texto.

— Imaginem isso virando regra. Não estamos falando de exceções. Embora o Ibama tenha sido muito efetivo e eficiente nos prazos, a realidade nos estados é ainda mais difícil. E mais de 80% das licenças são concedidas pelos órgãos estaduais — frisou.

André destacou ainda que licenciamento ambiental não é simples peça burocrática, mas uma garantia de segurança ao meio ambiente e um direito fundamental e imprescritível dos cidadãos.

— A base constitucional deve ser considerada por este Parlamento. Cabe a todos nós buscar encurtar, e não aumentar, a distância entre o direito e a política. Sei que não foi isso que o senador Bittar quis, mas a consequência seria inevitável.

Já o advogado Maurício Guetta observou a complexidade do tema e disse que respostas simplistas, como a proposta do PLP, geram ainda mais problemas ambientais. Ele reforçou que as falhas nos estudos sobre os impactos na natureza são um dos maiores entraves na concessão de licenciamentos, e que os órgãos estaduais apresentam problemas estruturais ainda mais graves do que os observados no Ibama.

— Só para se ter uma ideia, a Funai [Fundação Nacional do Índio] não é órgão licenciador, mas é envolvido nesse processo, quando há impacto em terras indígenas. São 7 mil processos de licenciamento complexos para um número de apenas 18 funcionários. Então, o temor em relação a esse problema é seríssimo.

Guetta apelou aos senadores que elevem o nível do debate para “além dos limites ideológicos”, especialmente num momento em que a Amazônia está em chamas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Termos encontrados Cidadania, Eduardo Braga, Estado da Bahia, Infraestrutura, Justiça, Legislação, Região Nordeste, Senado Federal, STJ, Supremo Tribunal de Justiça - STJ
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