Após a Operação Sangria, deflagrada nesta terça-feira (30) pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar supostas fraudes e desvios na compra de ventiladores pulmonares feito pelo Governo do Amazonas, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) explicou que o próximo foco da CPI da Saúde serão os contratos indenizatórios feitos pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam), uma vez que as investigações precisam avançar e que estes casos devem ser revelados ainda mais graves do que foi a compra na loja de vinhos.
Em entrevista coletiva na tarde na terça, os membros da CPI apresentaram um balanço das principais informações levantadas sobre a fraude na aquisição dos ventiladores, que agora estão nas mãos da PF. O parlamentar ressaltou que a comissão cumpriu o seu papel de fiscalizar os atos do Executivo e ponderou que as investigações deram uma grande contribuição para frear o gasto equivocado do dinheiro público.
“O sucesso e a forma de credibilidade desta comissão se resume a documentos, ou seja, contra fatos, não há argumentos. Outra grande contribuição da comissão foi descobrir os processos indenizatórios no hospital de campanha Nilton Lins, que estão todos com sobrepreço. Graças a Deus que os serviços ainda não foram pagos pelo Governo, porque iria ser um rombo maior do que os respiradores”, revelou o líder da oposição na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Barreto salientou, ainda, as investigações da CPI serão direcionadas para os contratos indenizatórios do hospital de campanha, onde existem 16 empresas prestadoras de serviços na unidade hospitalar, entre elas a de limpeza, de lavanderia, entre outras.
“Infelizmente, os processos indenizatórios são uma prática corriqueira na Susam e que fere muito o erário público. Vamos entrar no radar desses contratos e fazer que sejam pagos com preço de mercado”, explicou Wilker, frisando ainda que a comissão também irá investigar aditivos em contratos de Organizações Sociais (OS) e Parcerias Público-Privada (PPPs) e os pagamentos de restos a pagar feitos pelo Executivo na ordem de R$ 750 milhões.
Anjos da Saúde na mira
O deputado Wilker Barreto disse também que o projeto Anjos da Saúde, que custou R$ 6 milhões aos cofres públicos e criado pela “número 3 do Governo do Amazonas”, será investigado durante a CPI.
“Esse projeto que custa R$ 6 milhões e que já foram pagos R$ 2,5 milhões também entrará no radar da CPI, porque é um projeto que foi claramente conduzido por terceiros e sem nenhuma ligação com o Estado. Esse projeto também culminou com a saída do ex-secretário Rodrigo Tobias, que admitiu a interferência do governo para a execução do projeto”, alertou Wilker.
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