A jornalista e mestre em Sociedade e Cultura da Amazônia, Paula Litaiff, está enfrentando um preocupante processo de perseguição após a divulgação de sua dissertação de mestrado na Ufam. O estudo, que trata da resistência das mulheres indígenas do Parque das Tribos, foi defendido no último mês com grande reconhecimento acadêmico, sendo aclamado pela originalidade e relevância social.
Com quase 20 anos de atuação no jornalismo investigativo, Paula construiu uma carreira pautada pela responsabilidade social, integridade e busca pela verdade. Sua contribuição foi reconhecida em produções de alcance nacional e internacional, como o documentário da Netflix “Bandidos na TV”, no qual atuou como narradora.
Seu trabalho acadêmico é uma continuidade do compromisso com a realidade amazônica. A dissertação “A luta pela conquista do poder feminino no Parque das Tribos: o corpo da mulher indígena como território de resistência” oferece uma análise profunda sobre as formas de resistência construídas por mulheres indígenas diante das violências e invisibilizações cotidianas.
Apesar da legitimidade da pesquisa e da chancela institucional da Ufam, Paula passou a ser alvo de ataques que levantam suspeitas de motivações políticas. Diversos setores da sociedade manifestaram preocupação com o cerceamento da liberdade de expressão e de pesquisa no Brasil.
A perseguição à jornalista não atinge apenas uma pessoa, mas representa uma ameaça à democracia e ao direito da sociedade de acessar informações e pesquisas comprometidas com a justiça social.